sábado, janeiro 31, 2009

Escape

Caminho por entre as árvores sem ramos,
calçado sem sapatos, enlameado sem água, estonteante, perdido,
à procura do alívio dos seres, enfim à deriva, sem destino,
com certezas, apenas a certeza de querer ser livre,
eloquente, ao ponto de me transformar nas notas de música da pauta
que esvoaçam de tronco em tronco...

Sebast, 28-10-2001

domingo, janeiro 25, 2009

COENTROS, O REI DAS AROMÁTICAS ALENTEJANAS

Nome Científico: Coriadrum sativum
Coentros, aromática indispensável na casa de um verdadeiro Alentejano, de sabor divinal quanto mais se prova mais se quer degustar! Frescos realçam todo o seu suave esplendor, cozinhados deixam um sabor intenso, em semente um leve aroma a oriente...
Algumas sugestões de apetecer ir ao canteiro ...

ENTRADAS:
  1. Atum com maionese, coentros, azeitonas e orégãos
  2. Berbigão salteado com azeite, alho, limão e coentros
  3. Fatias de pão caseiro com azeite e coentros
  4. Orelha de porco grelhada com coentros
  5. Salada de atum com feijão frade, cebola, coentros e azeite
  6. Salada de polvo

SOPAS:

  1. Sopa de coentros
  2. Sopa de abóbora com coentros picados
  3. Sopa de tomate com ovo cozido e coentros picados

PEIXE:

  1. Açorda alentejana de coentros
  2. Açorda de marisco
  3. Carapau grelhado desfiado acamado em coentros e azeite
  4. Sopa de cação limado

CARNE:

  1. Febras de coentrada
  2. Guisado de cabrito com coentros
  3. Pezinhos de coentrada

VEGETARIANO:

  1. Feijoada de feijão encarnado com abóbora e coentros

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Gostaria de saber como se faz alguma destas receitas?!... Ficou com água na ponta da língua?!... Contacte-me, iremos ver o que se pode engendrar...

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Zé Godinho

Lá vem o Zé Godinho a cavalo no burrinho,
O burrinho é fraco, a cavalo num macaco,
O macaco é valente, a cavalo numa trempe,
A trempe é de ferro, a cavalo num rodelo,
O rodelo é de sola, a cavalo numa bola,
A bola é vermelha, a cavalo numa telha,
A telha é de barro, a cavalo num cocharro,
O cocharro é de cocha, a cavalo numa floucha,
A floucha é de bico, a cavalo num penico,
O penico é vidrado, a cavalo num cajado,
O cajado é de pinho
E lá vai o Zé Godinho a cavalo no burrinho.


Lengalenga popular

É por isto que existimos?!

Nestes dias que passam, vejo o mundo a andar à roda,
vejo o mundo a andar para trás,
vejo tudo às avessas...
Não sinto aquilo que gostaria de sentir,
não pareço ser aquilo que gostaria de ser...
Apenas me reduzo à insignificância deste cruel mundo, deste paraíso esquecido que parece ter sido cravado no silêncio...

Será o vento da mudança?! Ha! Ha! Ha!...
O último bater de asas de uma borboleta,
o último pousar de uma libélula?
Será tempo de rumar para novos horizontes? Ha! Ha! Ha!
O último sopro do deserto, ou...
apenas o primeiro
bafejar de uma nova era,
o espirrar de uma nova extrema-unção,
o trilhar de uma nova tempestade,
o espicaçar de uma nova vida,
o alvorecer de um novo vulcão?!

Iha! Ihé!...e...Iha!
No it’s time to stop!
Que se acalmem as águas agitadas,
Que se agitem as pedras presas,
Que se soltem as aves do turbilhão,
Que se desenrolem os degraus das escadas,
Que se parta o silêncio frio e sufocante das almas mais espevitadas da Terra....Oh...oh!....oh!....

Sebast, 01 de Janeiro de 2005

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Vento

Não quero ficar preso no vento, mas quero esvoaçar.
Não quero ser levado p’ra longe, mas quero abalar.
Corrida sem destino ao lado do tempo,
pelos infindáveis campos doirados,
onde as espigas se retocam, como se de um ritual se tratasse...
Ao sabor do vento emanam melodias inimagináveis, apenas descritíveis por quem as conhece, por quem nelas cresceu.
Já ao entardecer,
o trigo começa a suspirar,pela falta de quem lhe deu cor - o sol.
Sebast, intemporal

domingo, janeiro 18, 2009

O Piano

Corro sobre o mar,
em direcção à escarpa alcanço a falésia,
delicio-me ao som das teclas do velho piano
que emerge das profundezas do oceano,
que enfurece as águas calmas,
que agita a fina areia marcada pelos meus pés…
Volto à praia,
sinto-me que a explodir,
não sei bem de quê,
talvez da imensidão do mar,
da melodia do som que persiste dentro de mim,
do bafejar das árvores,
do guinchar das aves,
dos braços de sol,
enfim daquelas insistentes teclas que batem em mim,
me atravessam a alma,
me vacilam,
me contorcem,
me enaltecem,
me acalentam,
me levam até ao Nirvana!

16 Junho 2008
De Sebast para Ulisses

sábado, janeiro 17, 2009

Assolapado…

Corro dentro de mim como se de uma busaranha se tratasse….
passada atrás de passada apressada repenicada, tresloucada ofegante….
em direcção ao inconstante, ao consciente de mim mesmo!!!
Corrupio afora adentro intrínseco, alagado de sangue em chamas,
de arrepios de calor ardentes, escaldantes, nevrálgicos,
sucumbidos, intermitentes…

Leiria, 04 Janeiro de 2009
De Sebast para o "filhote"

Cores do Alentejo

Palavras para quê? É nesta imensa planície que procuro cada vez mais o sentido de viver, neste tão grande Alentejo!...

terça-feira, janeiro 06, 2009

Um "trágico" final de tarde...


Maravilhoso registo!
Foto de um final de tarde ... mas que tarde!